Com a vaga de frio polar que atacou a América do Norte e a tempestade que assolou a costa portuguesa nas últimas semanas, uma afirmação tornou-se constante na imprensa:
«fenómenos extremos como estes serão cada vez mais frequentes nos próximos anos, em consequência das alterações climáticas». A verdade é que não existem evidências que sustentem esta afirmação, e repeti-la mil vezes não a torna mais próxima da realidade.
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Efeitos da tempestade Hercules na região do Massachusetts, EUA. |
De facto, quando se fala em eventos como o vórtice polar que provocou uma queda abrupta das temperaturas na América do Norte,
esta afirmação contraria justamente as conclusões do relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (IPCC), o grupo de cientistas mais empenhado na defesa das teorias do "aquecimento global" antropogénico:
«Na maior parte das áreas do hemisfério norte prevê-se um decréscimo da frequência de períodos de frio extremo com duração de vários dias a uma semana».
Por seu lado,
um estudo recente da Professora Elizabeth Barnes, da Universidade do Colorado, publicado em 2013 pela revista Geophysical Research Letters, concluiu que não é possível estabelecer uma tendência entre alterações na circulação do Árctico e a ocorrência de fenómenos extremos em médias latitudes do hemisfério norte. Também os dados disponibilizados pelo National Climatic Data Center dos EUA permitem tirar conclusões interessantes. O gráfico seguinte representa a percentagem do país sujeita a temperaturas mínimas extremas durante o Inverno desde 1911. Como é perceptível, não se observa qualquer tendência clara no gráfico.
Ao contrário do que é veiculado pela imprensa até à exaustão, os dados disponíveis não levam a crer que vagas de frio como a que atingiu a América do Norte na semana passada estejam a tornar-se mais frequentes ou mais fortes.
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Percentagem dos EUA sujeita a temperaturas mínimas extremas durante o Inverno (NOAA-NCDC). |
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