Do vórtice polar ao aquecimento global: uma verdade inconveniente


Aquecimento global? Uma verdade inconveniente
Uma vaga de frio atingiu na semana passada a América do Norte, com ventos polares que provocaram frio, neve e uma redução abrupta das temperaturas para valores mínimos históricos, levando ao encerramento de escolas e ao cancelamento de milhares de voos nos Estados Unidos e Canadá. O frio polar congelou extensas áreas da América do Norte mas reacendeu a discussão em torno do “aquecimento global” e das “alterações climáticas”.
O fenómeno meteorológico pode ser explicado por uma deformação do vórtice polar, uma massa de ar frio e denso que circula normalmente pelo Árctico e que pode, por vezes, dividir-se e expandir-se para latitudes mais baixas. Há quem veja neste fenómeno uma contradição das teorias das “alterações climáticas”, mas há também quem atribua esta vaga de frio justamente ao “aquecimento global”. É o caso da revista “Time”, que no dia 6 de Janeiro publicou um artigo associando a vaga de frio à fusão do gelo do Árctico provocada pelo “aquecimento global”. Curiosamente, da última vez que ocorreu um fenómeno semelhante, em 1974, a revista “Time” anunciou o início de uma era de “arrefecimento global”. Na opinião de Cliff Harris, climatologista norte-americano e autor do blogue “Cliff Mass Weather Blog”, “estes relatos falsos já provocaram danos substanciais, com muitos americanos a acreditar que o aquecimento global está a tornar os invernos mais extremos, quando não existem evidências que o suportem. Um dia os sociólogos estudarão esta situação e os elementos psicológicos que levaram a ela”. A maior parte dos especialistas considera que a deformação do vórtice polar é um fenómeno natural e não tão invulgar quanto se possa pensar. É o caso de Will Harper, físico premiado e professor da Universidade de Princeton (EUA): “sempre existiram vórtices polares. Têm pouco a ver com a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera”.
Ao contrário do que se possa pensar, as “alterações climáticas” não são um assunto unânime para a comunidade científica. Há quem considere que as temperaturas estão a aumentar e quem defenda que as alterações do clima estão associadas a flutuações naturais. Há quem ache que as alterações climáticas se devem à intervenção do ser humano (causas antropogénicas) e quem considere que não se devem desprezar outros factores naturais (como a variação da radiação solar ou a chamada “pacific decadal oscillation”). De qualquer forma, contrariando as projecções catastrofistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU (IPCC), tem-se assistido a uma estabilização das temperaturas médias globais desde 1998, apesar de as emissões de dióxido de carbono e de outros gases de efeito de estufa terem continuado a aumentar. As previsões mais alarmistas têm falhado em toda a linha.
A 10 de Dezembro de 2007, no discurso de aceitação do Prémio Nobel da Paz, o antigo vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore afirmou que em sete anos a cobertura gelada do Árctico “desapareceria por completo”. Não só esta previsão não se verificou como em 2013, de acordo com o “Centre for Ocean and Ice” do Instituto de Meteorologia dinamarquês, a área de gelo do Árctico atingiu valores que já não se verificavam desde 2006. No pólo Sul tem-se assistido a um fenómeno semelhante, desafiando as previsões dos cientistas ligados às teorias do “aquecimento global” antropogénico. Num artigo publicado no “Journal of Geophysical Research” em Junho de 2013, os investigadores Irina Mahlstein, Peter R. Gent e Susan Solomon apontam para um “lento aumento da cobertura gelada da Antárctica desde que as observações por satélite começaram, em 1979”. Tendência que, de acordo com os dados do “National Snow and Ice Data Center” (EUA), tem vindo a acentuar-se nos últimos anos. Numa análise ao ano de 2013, o centro afirmou que “durante um extenso período ao longo dos meses de Inverno e Primavera, a extensão de gelo na Antárctida atingiu valores nunca registados na era dos satélites modernos”.
Não deixa por isso de ser irónico que no final de 2013 uma expedição científica que tinha como objectivo estudar os impactes das “alterações climáticas” na Antárctica tenha acabado presa… num banco de gelo. Apesar de a página da “Australasian Antarctic Expedition 2013-2014” na internet mencionar claramente que o objectivo da expedição passava por “documentar e comunicar as mudanças que estão a ocorrer” na Antárctida, a maior parte da imprensa ignorou estas ligações, optando por classificar os elementos da viagem como “turistas”. A verdade inconveniente é que a direcção da expedição estava a cargo de Chris Turney, professor de Alterações Climáticas na Universidade de New South Wales (Austrália) e defensor entusiástico das teorias do “aquecimento global” antropogénico. Da mesma forma, a viagem contou com enviados da BBC e do “The Guardian”, meios de comunicação particularmente empenhados na difusão das teorias do “aquecimento global” antropogénico. Em pleno Verão do Pólo Sul, após mais de uma semana retidos no navio russo “MV Akademik Shokalskiy”, os elementos da expedição acabaram por ser resgatados de helicóptero.
Artigo publicado na edição de 14 de Janeiro de 2014 do semanário «O Diabo».

Sem comentários:

Enviar um comentário